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quinta-feira, 16 de maio de 2019

O conceito do que é vida

"Talvez, o importante para nos preocuparmos não seja quando a vida começa, mas sim, quando ela faz falta."

Nós humanos não sabemos definir o que é a vida de forma bem determinada. A palavra é polissêmica. E todos nós apelamos para uma intuição bastante tácita deste conceito.

  • Vida pode ser considerada atividade orgânico-biológica;
  • Vida pode ser considerada a partir de criaturas que podem se reproduzir de forma independente, e por isso os vírus não seriam classificados como vivos, pois eles dependem de uma outra criatura para poderem se multiplicar;
  • Vida pode ser considerada a partir do momento da fecundação de dois gametas.
  • Vida pode ser considerada a partir da formação da primeira célula do sistema nervoso-neurológico.

Estes conceitos de 'estar vivo' estão sempre atrelados a existência de atividade celular. E dentro desta determinação, podemos dividir a vida em duas categorias: Seres vivos conscientes e seres vivos não conscientes.

Ou seja, na categoria dos não conscientes como bactérias, plantas-vegetais, peixes, aves, a vida é uma instância que pode ser tirada.

Na categoria dos seres conscientes pairam os humanos. E na categoria dos semi-conscientes estão os animais de estimação, aves, gatos, cães e outros seres que demonstram inteligência limitada como primatas-símios e golfinhos. Em geral esta semi-consciência vem de nossa classificação arbitrária sobre incomunicação. Estes grupos de criaturas não tem uma linguagem interpretável que seja equiparada aos idiomas praticados pelos humanos.

Até aqui, parece que a capacidade de se comunicar é fator essencial para determinação da auto-consciência, ou pelo menos da nossa capacidade de exprimir que somos seres auto-conscientes. Se um gorila é auto-consciente, ele não se demonstra capaz de nos explicar que ele também se reconhece como criatura pensante.

Mas, suponha, em um exercício mental, que você está andando de automóvel, então você escuta um barulho de buzina estridente quando de repente, sem entender bem o que está acontecendo (ou o que aconteceu) você abre seus olhos. Já não está mais dentro do automóvel. Logo percebe que está no quarto de um hospital.

Sua primeira preocupação: Será que eu estou bem?
Você se dá conta que sofreu um acidente.

Sente suas pernas, movimenta suas mãos. Se lembra quem você é, todas as suas memórias estão ainda contigo. Sente medo, frio na barriga. Quer receber visita dos parentes e pessoas amadas. E espera que a outra pessoa que estava no veículo não tenha se ferido gravemente. A possibilidade de pensar que ela foi ao óbito lhe faz querer chorar.

Enfim, você está vivo. Certo? Sobreviveu ao acidente.

O médico entra no quarto e diz que você pode se levantar. Mas ao se levantar, e sair de baixo dos cobertores, você se dá de cara com um espelho e toma um enorme susto: Percebe que seu corpo é todo de metal. Pernas, braços, tronco e cabeça, tudo reluzente, cromado...

"O que foi que aconteceu comigo?"

O médico explica que não conseguiram salvar o seu corpo. O incêndio consumiu tudo. E antes que o seu cérebro também parasse de funcionar, aplicaram-lhe uma técnica nova. Transferiram você pra um cérebro eletrônico. Já não existem mais células-orgânico-biológicas no seu corpo. Você é 100% mineral. Mas, o que lhe causa estranheza é que, apesar de sua consciência não ser mais subsidiada por um arcabouço orgânico, ainda assim você se sente vivo. Se lembra de tudo. Sabe quem é. Sensações, sentimentos, memórias, estão todas aí contigo. O seu novo corpo eletro-mecânico subsidiou 100% das suas atividades conscientes.

E agora? Você se sente vivo? Está vivo?

Portanto, a conceituação de vida pode não estar diretamente ligada à biologia (conforme os itens enumerados no começo deste texto), e talvez a conceituação do que é vivo nem esteja também ligada à questão da auto-consciência. Vida pode ser um elemento mais complexo do que um corpo biológico pode conter, mas, não percebemos esta relação assim como o peixe não percebe a água e nós não percebemos o ar ao nosso redor.

Essa é uma discussão interessante.

Uma conceituação de vida que eu venho percebendo é denominada por uma relação de 1:N (um para muitos) onde N é o número de relações sociais que 1 (o indivíduo) pode ter.

Um recém nascido jogado no lixo só sobrevive em uma relação onde N é >0 (maior que zero) e alguém se importa com ele. Ou seja, pelo menos uma pessoa (mais que zero ou nenhuma) tem que tirar essa criança do lixo e decidir cuidar dela, ou entregar a criança para alguém que cuide. Ou a criança morrerá sem ninguém saber ou sem ninguém sentir sua falta, inclusive a mãe (progenitora) que a rejeitou.

O aborto então, no caso, não passa a ter problema quando a relação é de 1:0 (um para zero), ou seja, a criatura não criou vínculos com outros seres vivos.

Infelizmente eu não tenho mais a referência bibliográfica de uma pesquisa muito interessante, mas que dizia que os bebês recém nascidos liberam feromônios para produzir ocitocina na mãe e no pai. Estes feromônios são responsáveis por evitar uma possível rejeição. O prazer químico causado nos pais faz a criança ser aceita.

Nesta linha de argumentação, também podemos pensar nos indigentes e moradores de rua, onde a relação é de 1:0 (um para nenhum). Quando um desconhecido morre na sarjeta, de frio, ou de fome, não aparece ninguém para se importar ou ficar triste. Ele morre sem comoção, ou ainda, vive como se estivesse morto, por não ter companhias. Um invisível para a sociedade. Ele é auto-consciente, tem atividade biológica, mas tanto faz se o universo tem nenhum ou 10 bilhões de criaturas conscientes e capazes de se comunicar verbalmente, pois ele não estabelece qualquer tipo de relação com nenhuma delas.

O que nos prende à sensação de querer estar vivo é a relação onde N>0, ou seja, você precisa ter pelo menos uma pessoa que se importa contigo. Nos presídios, até mesmo os mais valentões não suportam ser mandados para a cela solitária, e os que permanecem na solitária por muito tempo, ou voltam mansos para o convívio social, ou enlouquecem. Os presos, de modo geral, preferem ser molestados nas celas, pelos companheiros, do que permanecer em segurança na solitária.

Portanto, o meu parecer sobre o termo vida não está associado ao fator biológico, tampouco ao fator de auto-consciência. A vida, para fins funcionais, só pode ser exercida numa relação de 1:N (um para muitos) onde N>0 (o número de relações entre dois seres auto-conscientes deve ser maior que nenhum).

Os suicídios e uso de drogas, segundo esta pesquisa (https://www.cvv.org.br/blog/drogas-e-vicio-o-problema-pode-ser-a-gaiola/), podem estar relacionados a ausência 1:N onde N>0.
Ratos isolados em uma gaiola tornam-se viciados. Ratos que praticam atividades sociais não se viciam.

Ou seja, dos grupos de pessoas socialmente excluídas, algumas são capazes de cometer suicídio e outras se entorpecem ao ponto de não perceberem que existem.

Enfim. Por isso todos nós somos avessos à interrupção da vida por terceiros. O homicídio/assassinato se dá quando uma pessoa nos tira o convívio de alguém que estava dentro do nosso círculo de relação 1:N. A dor é maior para os que ficam (1) do que para os que se vão (N).

Portanto, se vamos interromper - legitimamente - o processo de 'vida' (biológica ou eletrônica) de uma criatura auto-consciente, muito provavelmente faremos esta interrupção quando esta criatura não interage:

* Uma pessoa doente em estado vegetativo e irrecuperável. E mesmo assim, quem está vivo ainda reluta em desligar os aparelhos, guiado pela noção do conceito de vida essencialmente biológica-celular-orgânica. Pense, e se o corpo inativo fosse todo de metal? Eletro-mecânico?

* Uma 'criatura' que ainda não teve tempo de se tornar pessoa e interagir pela primeira vez. A qual o potencial primeiro vínculo 1:1 (filho:mãe) não se estabelece. O nascituro está dentro do útero, em formação, mas já dispõe de uma relação 1:0, por não estabelecer vínculo entre outros seres, sejam o pai, tios, avós e principalmente a própria genitora. A gravidez poderá ser interrompida, e se não for, a criança poderá morrer abandonada. Neste caso, o elemento zero da relação 1:0 poderia ser preenchido por um estranho. Alguém que negocie com a genitora-gestante: Termine de gerar a criança e eu me responsabilizarei por equilibrar esta relação em 1:1+ sendo o primeiro tutor. A criança nasce e é levada embora por aquele que decidiu se responsabilizar por ela, estabelecendo a relação de recém-nascido:tutor-adotivo, potencializando, inclusive que a relação se estenda para 1:N a medida que a criança crescer e se relacionar com mais humanos.

Obs: Nada impede que a vontade de permanecer vivo seja de 1:N (um para muitos) onde este 'muitos' pode ser assumido pela figura de um animal doméstico que interage, ou até mesmo com um animal eletrônico, que interage. Há um fenômeno recente, nos países asiáticos, neste sentido, onde cada vez mais asiáticos estabelecem relações com seus assistentes virtuais.

Concluindo, talvez o conceito de estar vivo só faça sentido, para todos os efeitos, quando não estamos sós. E embora dê-se muito valor ao conceito de vida-orgânica-biológica-auto-consciente, ela sozinha parece não se sustentar. A vida-eletrônico-mecânica-auto-consciente, no futuro, talvez tenha o mesmo valor social que a sua modalidade celular-biológica, não porque elas são auto-conscientes, mas porque elas são capazes de estabelecer relações com pares, de forma que a importância destas relações é ambivalente para os seus participantes e a ausência de um afeta dramaticamente as sensações e os sentimentos do outro.

Eu ia deixar um mistério enigmático, mas acho melhor eu esclarecer, pois desta vez eu quero ser entendido. Estou anexando três imagens:

1. Além da Imaginação - Mitchell Chaplin é marcado na testa por ser condenado à 1 ano de invisibilidade. As pessoas tratam-no como se ele não existisse. http://devezemvez.blogspot.com/2009/03/marca-na-testa.html


2. Inimigo Meu - Um humano e um drac estão perdidos num planeta deserto. Embora as duas raças sejam inimigas de guerra, eles não se matam, porque, apesar de tudo, precisam ter alguém pra poder olhar e conversar, mesmo que seja um cara feia. https://www.youtube.com/watch?v=mmMBv-_Xm6Q "Você salvou minha vida, porque? - Eu preciso olhar para outra cara. Mesmo tão feia quanto a sua."



3. Terra, Conflito Final - Um alienígena Taelon, da galáxia Meruva. Eles vivem todos ligados em uma comunhão psíquica. Embora seus corpos sejam separados, suas mentes estão todas ligadas em uma rede. http://earthfinalconflict.wikia.com/wiki/Taelon

Talvez, o importante para nos preocuparmos não seja quando a vida começa, mas sim, quando ela faz falta.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: Policial, Juiz e Carrasco.

Eu fui bloqueado no Facebook por 72 horas.


Eu estava num chat PRIVADO do Facebook Messenger com o Fulano, Cicrano e Beltrano. Fui fazer uma piada sobre beber leite na teta da vaca. Digitei este termo no "Google Imagens" e o "Safe Search"[1] estava ATIVADO. Escolhi uma das fotos que tinha uma vaca e um garoto bebendo o leite direto da teta. Uma cena inocente, sem maldade. (Eu até poderia dizer "maldade está nos olhos de quem vê", mas neste caso, quem viu a imagem foi um Robô de Inteligência Artificial[2]. E assim como a gente, ele tem seus "preconceitos". A Inteligência Artificial é baseada no nosso sistema biológico, portanto, comete os mesmos erros que a gente.) Enfim, enviei a foto no chat do grupo. O Fulano viu, o Cicrano viu. Não deu tempo do Beltrano ver. Em 10 segundos, aproximadamente, a foto foi automaticamente removida. E eu recebi um pop-up dizendo que eu tinha sido bloqueado por 72 horas por violar os termos de conduta do site.

Isso é muito sério. As nossas conversas estão sendo monitoradas por um robô do Facebook. E isso pode acontecer com qualquer um de vocês: Você posta uma foto achando que está se divertindo e BOOM... receberá uma punição. E você não terá direito de reclamar, nem terá como recorrer. Os trabalhadores do Facebook simplesmente não te ouvirão e nem querem te ouvir. Nem há canal para registrar reclamação ou pedir revisão da sua condenação. Te tratam como gado mesmo, você é apenas mais um número de cadastro pra clicar em anúncios pagos. O Mark Zukeber é um desses garotos da nova geração do "politicamente correto" que acha que vai salvar o mundo da maldade, nem que pra isso tenha que estabelecer uma ditadura de 1984. Pra mim, ficou bem evidente esta intenção dele, ao falar para o Senado Americano. Em um trecho ele diz que se acha responsável e que tem que parar isso. Típica síndrome de super-herói. No ímpeto de praticar justiça absoluta, mata gente inocente.

Essa obsessão dele por fiscalizar conteúdo já é um perigo conhecido: Na tentativa de fazer justiça com 100% dos criminosos, você comete injustiça com 1% dos inocentes. Parece razoável? 100 para 1? De jeito nenhum. A Pena de Morte é polêmica justamente pois se você matar um único inocente na cadeira elétrica, terá feito mais mal do que se tivesse deixado 1% dos culpados impunes.

No filme Minority Report (A Nova Lei), com o Tom Cruise, há um tema parecido: Se os precognitivos não fazem previsões inequívocas e se existe uma chance da pessoa desistir de cometer o crime no último segundo, então a pessoa não será culpada. No filme, provar a possibilidade de incerteza significaria ter centenas de potenciais inocentes enviados às câmaras de transe.

Voltando ao assunto original deste post, infelizmente vocês não vão poder ver a foto, pois se eu postar ela aqui, vou ser punido novamente.

Há alguns anos eu tentei postar a foto do 0zama Bean L@d3n (não vou escrever o nome dele pra não ser banido novamente) e o post também foi apagado e eu também fui bloqueado, por suspeição de contaminação de vírus, disse a mensagem de bloqueio. Mas era um post público, onde eu ia criticar o terrorismo... mas não podia. E agora aconteceu mais restrição num canal privado, numa conversa apenas entre amigos.

A ficção alerta a gente sobre os perigos do futuro, e pensem que as empresas hoje já estão usando sistemas de monitoramento de formas bastante irresponsáveis. Em geral, o que eu percebo é uma visão mítica dos próprios programadores que desenvolvem estes sistemas. Pessoas que não entendem bem o que estão fazendo e acreditam cegamente nessa tecnologia, tamanho é a admiração pelo que fazem. Essa ingenuidade dos "profissionais" dessa área vai custar muito caro. Sistemas de Aprendizado de Máquina são como nossas Urnas Eletrônicas, criam um mito de infalibilidade, vendem uma panacéia pra mais tarde lamentar: "Meu Deus, o que foi que fizemos?!?!"

Enfim, fica o recado: Eu fui preso, julgado e condenado por um Robô de Inteligência Artificial. Cumpri pena. Mas sou inocente. E não vou receber nem um pedido de desculpas.

[1] Robô de Inteligência Artificial do Google que diz se uma imagem é conteúdo adulto ou livre.
[2] Robô de Inteligência Artificial do Facebook que determina se uma imagem viola os termos de conduta do Facebook.

Data original da publicação 20/07/2018:

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Você tornou-se uma cobaia sem saber?

Se você não leu os termos de uso do Facebook, possivelmente tornou-se uma cobaia sem saber.



Facebook mostra avanços da inteligência artificial que remove conteúdo nocivo
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/01/facebook-mostra-avancos-da-inteligencia-artificial-que-remove-conteudo-nocivo.ghtml

Schroepfer reconheceu que o atual estado do algoritmo está longe de ser a solução necessária para esses problemas, mas que o trabalho de sua equipe é continuar nesse caminho. “É um trabalho complicado e é por isso que as pessoas estão céticas quando dizemos que estamos tentando resolver problemas de segurança no Facebook”

Em experimento secreto, Facebook manipula emoções de usuários

Um estudo detalhando como o Facebook manipulou secretamente o feed de notícias de aproximadamente 700 mil usuários com o objetivo de avaliar o "contágio emocional" desencadeou revolta na rede social.

Durante uma semana em 2012 o Facebook manipulou o algoritmo usado para distribuir os posts no feed de notícias do usuário para verificar como isso afetou o seu humor.

O estudo, conduzido por pesquisadores associados ao Facebook, pela Universidade de Cornell, e pela Universidade da Califórnia, foi publicado em junho na 17ª edição dos Anais da Academia Nacional de Ciência (http://www.pnas.org/content/111/24/8788.full.pdf).

Opção 'curtir' do Facebook revela mais do que se deseja, diz estudo

Uma pesquisa publicada mostra que analisar os padrões destas preferências pode dar estimativas surpreendentemente precisas sobre informações pessoais que o usuário não expõe, tais como raça, idade, Q.I., sexualidade, etc.

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e do Microsoft Research, divisão de pesquisas da gigante de softwate americana, desenvolveram um algoritmo que usa as opções 'curtir' - publicamente disponíveis a menos que o usuário faça configurações de privacidade mais rígidas - para criar perfis de personalidade, revelando potencialmente detalhes íntimos sobre sua vida.

Esses modelos matemáticos demonstraram uma precisão de 88% ao diferenciar homens de mulheres e de 95% em distinguir afro-americanos de brancos.

Tais algoritmos também conseguiram extrapolar informações como orientação sexual, se o usuário fez uso de drogas ou se seus pais se separaram.

Os dados podem ser usados em estratégias de propaganda e marketing, mas também poderiam fazer os usuários ficarem retraídos por causa da quantidade de dados pessoais revelados, afirmaram os cientistas.

"É muito fácil clicar no botão 'curtir', é sedutor", afirmou David Stillwell, estudioso de psicometria e co-autor da pesquisa.

"Mas você não percebe que anos depois todos aqueles 'curtir' são armazenados contra você", acrescentou.

Cristãos e muçulmanos foram corretamente classificados em 82% dos casos e uma boa precisão nas previsões foi alcançada nos status de relacionamento e uso de substâncias, entre 65% e 73%.

O estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, é divulgado em meio a um intenso debate sobre privacidade online e se os usuários sabem quanta informação é reunida sobre eles. Outra pesquisa recente demonstrou que os usuários do Facebook começaram a compartilhar mais dados pessoais depois que a rede social revisou suas políticas e interfaces.

"Posso imaginar situações em que os mesmos dados e tecnologia são usados para antecipar visões políticas ou orientação sexual, trazendo riscos para a liberdade e até mesmo para a vida das pessoas", afirmou.

Veja, estão falando de "antecipar visões políticas, ou orientação sexual"... ou seja, uma pessoa que ainda não tem atitudes homosexuais e nem sabe que fará esta opção já pode ter sua opção identificada pela rede social.

A técnica que detecta depressão em posts do Facebook

Além de informações de localização do GPS, o aplicativo gravava a frequência em que o smartphone estava sendo usado, computando o tempo em que a tela estava ligada e desligada.

Como era de se esperar, a pesquisa também concluiu que pessoas com depressão passam mais tempo em casa. Outro ponto descoberto é que elas tem uma rotina irregular, podendo sair para o trabalho em horários diferentes, por exemplo.

O objetivo é, no futuro, ajudar os médicos no diagnóstico de pacientes com depressão de uma forma mais rápida. O teste conseguiu ter uma precisão de 87%.

Facebook expandirá inteligência artificial para ajudar a prevenir suicídio

Não se trata de uma realidade distante. Em novembro de 2017, o Facebook passou a fazer uso de uma inteligência artificial que identifica, a partir de padrões nos posts, pessoas que podem estar apresentando ideação suicida, ou seja, pensamentos suicidas. 

Após a identificação pela inteligência artificial, funcionários do Facebook podem analisar o caso, e reportar a autoridades sobre o risco. Segundo a multinacional americana, até setembro de 2018 mais de 1.000 autoridades haviam sido contatadas, após o risco ser detectado a partir de posts ou avisos de usuários.

A ferramenta foi lançada inclusive no Brasil. Procurada pela reportagem, a empresa afirmou, no entanto que não compartilha nenhum dado a respeito dos resultados, e não respondeu se autoridades chegaram a ser contatadas no país.

A estratégia levanta, no entanto, debates éticos sobre a privacidade dos usuários - a ferramenta do Facebook foi barrada na União Europeia por violar suas leis de proteção de dados.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Porque Mark Zuckerberg pode ser perigoso?


Eu sempre fui um assíduo usuário de Foicebook. Todos os dias postava conteúdo, conversava com amigos, conhecidos e seguidores.

Por alguma razão que eu desconheço, consegui atingir o número de 7 mil seguidores e uma lista de 1.140 amigos.


Acontece que de uns tempos para cá o Foicebook tornou-se muito agressivo. Fui penalizado com bloqueio de 24 horas, depois fui bloqueado por 72 horas e então fui bloqueado por 7 dias.

O que aconteceu? O Foicebook tem 2 bilhões de usuários ativos mensalmente. É muita gente postando coisa. Imagine quantos funcionários do Foicebook precisaríamos ter para revisar conteúdo impróprio?

Aproximadamente 2 bilhões de pessoas postam várias coisas num único dia. E escrevem vários comentários também. Ou seja, mesmo que o Foicebook contratasse 300 mil funcionários, eles jamais dariam conta de revisar todo esse conteúdo.

Qual a solução que o Sucker-berg teve? Ele decidiu instalar sistemas de Inteligência Artificial para monitorar você. E o Foicebook está aplicando esta técnica enquanto sistemas piloto, ou seja, você é a cobaia de um teste de sistema de vigilância.

Na primeira vez em que eu fui punido, injustamente, postei esta imagem no Messenger:


Um garoto bebendo leite direto na vaca. Uma situação natural na zona rural. Mas sabe o que o Sistema de Inteligência Artificial pensou que fosse? Uma cena de zoofilia e pedofilia.

Notem que eu estava numa conversa particular. Não era um post público. Entendeu? Suas conversas íntimas estão sendo monitoradas e avaliadas se são ou não adequadas segundo as regras do robô de IA do Foicebook. Na Inteligência Artificial, o diagnóstico errado de um evento é chamado de "Falso Positivo", quando o sistema acusa um resultado, mas que não é verdadeiro, ou seja, o sistema errou!

Mas, o sistema não enviou o diagnóstico para a supervisão de um humano com bom senso antes de me condenar (até porque parece que isso não existe no Foicebook). O robô de IA executou a punição e me bloqueou por 24 horas.

No segundo evento eu escrevi "Bicha Louca" e "Viado" em um comentário. Eu não estava xingando ninguém. Eu fiz uma citação em um post dizendo que é preconceito chamar o maquiador famoso de Bicha Louca ou Viado.

Mas, o sistema de monitoramento deu um novo falso positivo. Me acusou de "Discurso de Ódio". Fui bloqueado por 72 horas.

E no terceiro evento eu publiquei um link do YouTube onde uma professora universitária dá uma aula de educação sexual. Durante a aula ela ensina os alunos a colocarem um preservativo em uma prótese peniana. Todos estavam vestidos na cena, mas o ponto polêmico foi que ela pediu para o aluno segurar a prótese próximo a cintura e ela colocou a camisinha na prótese com sua própria boca.

O robô, então, me acusou de violar os termos de conduta do site por compartilhar um link de nudez e atividade sexual explícita. Novamente outro falso positivo. Agora, são 7 dias de punição.

Eu me cansei de ser punido injustamente, tantas vezes consecutivas, e sem direito de reclamar. E recebi uma mensagem que a próxima serão 30 dias. E depois encerramento da conta.

O Foicebook está efetivamente se tornando uma ditadura do politicamente correto, mas sob o preço de punir culpados e inocentes. Eles não dão a mínima pra gente. Mas, poucos estão percebendo isso.

Neste link abaixo dá pra notar que não sou o único a entender que não há pessoas para nos atender no Foicebook, que tudo é apenas realizado por mecanismos eletrônicos:


Monica asked about 6 years ago
How do I contact the support team?

I have a new email address and I go in to change it and it says to open the email they sent me. It doesn't come to my email. Ii've checked the spam folder and every other place I can think of. I've asked FB to re-send it several times, and I do not get it. So, I"m stuck with the wrong email address for logging in to facebook....I can't find any place to contact the FB support team...

Can anyone help?

Linda answered about 6 years ago:
161 of 194 people found this helpful
They don't respond because they don't exist ... I'm beginning to believe that there are no humans left at Facebook, just transaction-processing software connected to a large computing Cloud in the ethernet. No one responds to our frustration because there's no one there - no "live human," anyway. Only platforms, aps, bits and bytes, which are not programmed to feel frustration or sense it in others. They don't hear or see us as humans expecting a response, just as a source of data to be categorized and stored. When we write these plaintive pleas for help and clear instruction, these machines don't sense our anger and frustration - they word-search our typed text for key words that trigger pre-programmed, impersonal (and usually inaccurate) responses. Isn't it amazing how digitalization continues to make 21st century communications so much more efficient and effective than back in the Stone Age when live humans answered phones and engaged in real, interactive conversations with their customers/clients? Quaint . . . but then you can just call me "Geezer". Now I think I'll shut down Facebook, get off the computer and go outdoors to see some of that summer sunshine I have been missing, while I sit here typing on this keyboard.


Se você duvida, tente você mesmo encontra um e-mail de suporte, contato de telefone ou formulário em que você possa pedir ajuda ao Foicebook e ser atendido por uma pessoa de verdade. Aceita o desafio?

E se você abrir um pedido, note se a resposta é satisfatória, ou se o conteúdo é genérico.

O Sucker-berg, por mais dinheiro que consiga fazer com o Foicebook, não dá conta de atender à tanta demanda e não consegue realizar tanta vigilância de forma responsável. E está tentando treinar um computador pra ser seu cão de guarda.

Nesta situação, há duas coisas tristes:

1.) Todas as pessoas que usam o Foicebook estão participando do teste. São cobaias de uma experiência científica. E você consentiu, mesmo sem saber.

2.) Se o Foicebook tem tecnologia para reconhecer conteúdo que ele acredita ser inadequado, ele poderia impedir a divulgação do conteúdo (como fez nos três casos em que fui acusado) apagando o post/comentário. Mas, precisa mesmo dar porrada no usuário se ele não sabe se está sendo justo?

Com este relato da minha experiência, eu só posso lhes dizer que, estou abandonando o Foicebook. O que eu quero dizer com "abandonar"? Isso significa que eu não vou mais usar a rede como fazia antes, de forma assídua com bastante conteúdo e muita interação com todos os amigos, conhecidos e seguidores.

Eu preciso desta conta, pois muitos sites na Internet usam o Foicebook para fazer login. Eu não quero ter minha conta banida porque compartilhei algo que o Foicebook não gostou.

Sendo assim, a conta vai permanecer aberta, ativa, mas sem participação. E se eu precisar participar, como estou fazendo agora, adotarei duas estratégias:

1.) O texto dos posts e comentários estarão sempre ofuscados. A inteligência artificial é muito fácil de enganar. Você muda a cor da grama e já é o suficiente. Por isso as letras aqui estão diferente. Sabe o CAPTCHA? Aquelas letrinhas que colocam pra gente digitar nos sites? Nós humanos conseguimos decifrar captchas, o robô do Sucker-berg não consegue. Robô otário.

2.) Os links serão redirecionados. Qualquer link que eu precisar indicar será postado em um site externo, atualmente no meu blog do Google. Não posso mais colocar os links direto em posts ou comentários, pois há risco de eu tomar mais uma paulada, e como já expliquei, cada paulada me aproxima da pena de morte digital.

E, se você se sensibilizar ou simpatizar comigo, devido às injustiças que o Foicebook fez comigo, ou também se estiver igualmente insatisfeito com essa palhaçada que virou o Foicebook, devido ao Sucker-berg ser Left Wing e ter estabelecido uma ditadura do politicamente correto através de uma política de censorship, aqui vão alguns links de redes sociais livres, onde você não precisará ter medo de ser cobaia de robôs de vigilância, tampouco temer tomar porrada e não ter para quem pedir amplo direito à defesa.

Caso você esteja satisfeito com o Foicebook e 100% aderente às normas politicamente corretas de comportamento, digo, se acha que elas são justas, coerentes e bem aplicadas, fico feliz por você ter se encontrado e encontrado o seu lugar. Que bom que você está bem. E sendo assim lhe peço que mantenha-se, por favor, afastado das redes sociais abaixo.

MeWe - [https://mewe.com]
Para me adicionarhttp://vero.co/vliopard

Vero - [https://vero.co]
Para me adicionar: "André Luís Michels Alcântara"

Minds - [https://www.minds.com]
Para me adicionarhttps://www.minds.com/vliopard

Para me adicionarhttps://diasporabrazil.org/i/636c716a3269

Ello - [https://ello.co]
Para me adicionar: https://ello.co/vliopard

GAB - [https://gab.com]
Para me adicionarhttps://gab.com/vliopard

Hello (do Orkut) - [https://hello.com]
Para me adicionar?


Estas redes sociais não são vigiadas, então você vai encontrar livre manifestação do pensamento e poderá ficar ofendido. O Foicebook é o lugar seguro pra você.




E se por acaso o meu perfil sumir, depois desta postagem, você terá a prova que faltava da ditadura que me calou. Vai vendo...



Enfim, porque o Sucker-berg é perigoso? Simplesmente porque ele está tornando possível a ditadura do coletivo. Tudo que você tente mostrar, dizer ou expressar tem que agradar o coletivo. Se você estiver fora dos critérios do que é bom, justo e adequado (sabe-se lá como eles andam treinando estas máquinas) você será coagido a aderir.

É pra ficar bastante chateado, quando você percebe que está sendo expulso de um lugar onde estão todas as pessoas que você gosta, amigos, familiares, gente que interage com você, e tudo por ser diferente, por não se enquadrar no padrão floco de neve que o Foicebook tenta tanto defender.

Mark Zuckerberg asks governments to help control internet content
Cronyist-billionaire Mark Zuckerberg requests barriers to entry so that incumbents like his Facebook can benefit from protection from potential competitors

Facebook security app used to 'spy' on competitors
A report by a Commons committee has detailed Facebook's use of an application to "spy" on users. The cross-party group said that Facebook used its Onavo virtual private network (VPN) app to gather information on competitors. The MPs claim Facebook "intentionally and knowingly violated both data privacy and anti-competition laws".
https://www.bbc.com/news/technology-47281906

Facebook Did Not Securely Store Passwords. Here’s What You Need to Know
Facebook said on Thursday that millions of user account passwords had been stored insecurely, potentially allowing employees to gain access to people’s accounts without their knowledge.
https://www.nytimes.com/2019/03/21/technology/personaltech/facebook-passwords.html

Senhas de usuários do Facebook foram armazenadas de forma inadequada
O Facebook irá notificiar milhões de usuários de que algumas senhas foram armazenadas em formato legível e que funcionários da empresa tiveram acesso às informações nos sistemas internos de armazenamento de dados.
https://mobile.valor.com.br/empresas/6173955/senhas-de-usuarios-do-facebook-foram-armazenadas-de-forma-inadequada

Milhões de registros do Facebook vão parar em nuvem da Amazon
Dados de usuário do Facebook ainda estão aparecendo em lugares que não deveriam. Pesquisadores da UpGuard, uma empresa de segurança cibernética, encontraram muitas informações de usuários inadvertidamente publicadas nos servidores de computação em nuvem da Amazon. A descoberta mostra que, um ano após o escândalo da Cambridge Analytica ter exposto como as informações dos usuários do Facebook não são seguras e amplamente divulgadas, as empresas que controlam essas informações ainda não fizeram o suficiente para proteger dados privados.
https://mobile.valor.com.br/empresas/6196535/milhoes-de-registros-do-facebook-vao-parar-em-nuvem-da-amazon
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Nota: O bloqueio de 7 dias (que o robô me condenou) já passou e o pedido de revisão ainda está em aberto. Quando eu pedi a revisão, pelo menos a sentença poderia ter sido adiada até sair o resultado da revisão. Mas não. A política deles é um protótipo de ditadura: Primeiro você bate no inocente. Depois não pede nem desculpas. A motivação é simples: Eles realmente não estão se preocupando nem um pouco com os usuários. Não somos os clientes. Somos a mercadoria que eles tentam vender (cliques e audiência), enquanto do outro lado o Governo Estatal tenta bater no Foicebook se suas 'mercadorias' armazenarem alguma informação ilegal. Eles não ligam de matar uma vaca pela simples suspeição dela estar doente, mesmo que a vaca esteja saudável. E fazem isso antes do resultado do exame, sacrificam o animal. Você tenta reclamar, se defender, e eles fingem que não ouviram. Bom, na verdade, não ouvem mesmo. Não querem ouvir. Não fazem questão nenhuma de ouvir e nem precisam ouvir.

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Aquecimento Global

O Aquecimento Global ou a Mudança Climática podem ser efeitos notaveis e perceptíveis na vida cotidiana. 

Porém, se o Aquecimento Global ou as Mudanças Climáticas são um fenômeno natural ou provocado,  ainda existe uma dissidência e pequena discussão na comunidade científica. 

Creio que a nossa ciência climática atual ainda não é capaz de concluir suas hipóteses. 

E também acredito que nós não precisamos da conclusão positiva ou negativa sobre o antropismo para ter bons hábitos. 

Preservar deveria ser uma condição óbvia, mesmo se a causa do Aquecimento não for humana.


Ciência vive uma epidemia de estudos inúteis

Uma pesquisa recente publicada pela Nature revelou que 90% dos cientistas reconhecem que existe uma crise de reprodutibilidade na ciência. Isso se deve em parte porque a forma de se produzir conhecimento na atualidade mudou tanto que seria quase irreconhecível para os grandes gênios dos séculos passados. “Antes se analisavam os dados em estado bruto, os autores iam às Academias reproduzir suas experiências diante de todos, mas agora isso se perdeu porque os estudos são baseados em seis milhões de folhas de dados brutos”, diz Ioannidis. Uma de suas análises demonstrou que a maioria dos estudos não fornece acesso aos dados brutos nos quais as conclusões se basearam. No final, os cientistas “acreditam no que veem, mas não existe uma forma de comprovar que está certo, e além disso não podemos usar esses dados posteriormente porque se perderam”, ressalta. Essa falta de transparência é um “dos maiores desafios” enfrentados pela ciência, afirma o médico.

O manifesto também denuncia que só são publicados estudos com dados novos, significativos estatisticamente e que apoiam uma teoria determinada. Muitos deles não trazem nada de valioso e, ainda pior, acabam sustentando com a estatística interpretações preconcebidas que não são certas. “Isso, lamentavelmente, não é descoberta científica, mas autoengano”, e pode multiplicar a quantidade de “falsos positivos”, diz o texto.

Como a ciência do aquecimento global ficou comprometida

Conflito interno e fachada externa
O sociólogo Hans Peter Peters diz que as alianças são comuns em todas as áreas do mundo científico. "A comunicação interna em todos os grupos difere da fachada", diz Peters.

Weingart também acredita que o funcionamento interno de um grupo não deve ser julgado pelos critérios do mundo exterior. Afinal, a controvérsia é a própria base da ciência, e "a demarcação e o conflito pessoal são inevitáveis". Mesmo assim, ele diz que a medida em que os lados cresceram na pesquisa climática é certamente incomum.

Prova conclusiva é impossível
Weingart diz que as ramificações políticas apenas alimentaram a batalha entre os dois lados no debate sobre o aquecimento global. Ele acredita que quanto mais politizada é uma questão, mais profundas as divisões entre os lados opostos.

O grande escrutínio público tornou a vida extremamente difícil para os cientistas. Em 2 de maio de 2001, o paleoclimatologista Edward Cook, do Observatório Terrestre Lamont Doherty, queixou-se em um e-mail: "Esse negócio da mudança climática está tão politizado dos dois lados da questão que é difícil fazer ciência em um ambiente desapaixonado". A necessidade de resumir conclusões complexas para um relatório da ONU só parece ter exacerbado o problema. "Eu tentei duramente equilibrar as necessidades da ciência e do IPCC, que nem sempre eram as mesmas", escreveu Keith Briffa em 2007. O pesquisador Martin Claussen, do Max Planck, diz que um excesso de ênfase foi dado ao consenso, em uma tentativa de satisfazer as demandas dos políticos.

E até os cientistas nem sempre estão interessados apenas na verdade da questão. Weingart nota que a maior parte do debate público é "apenas superficialmente sobre esclarecimento". Ele é mais sobre "decidir e resolver conflitos através de um acordo social geral". É por isso que é útil apresentar conclusões claras.

O tempo para respostas claras terminou
No entanto, parece impossível oferecer provas conclusivas na pesquisa climática. O filósofo científico Silvio Funtovicz previu esse dilema no início de 1990. Ele descreveu a pesquisa climática como uma "ciência pós-normal". Devido à sua grande complexidade, ele disse que era submetida a grande incerteza, enquanto ao mesmo tempo abrigava enormes riscos.

Os especialistas, portanto, enfrentam um dilema: eles têm poucas oportunidades de dar o conselho certo. Se não soarem o alarme, serão acusados de não cumprir suas obrigações morais. No entanto, as previsões alarmistas são criticadas quando as mudanças previstas deixam de ocorrer rapidamente.

As conclusões climatológicas provavelmente permanecerão ambíguas mesmo que ocorram novos progressos. Weingart diz que agora cabe aos cientistas e à sociedade aprender a conviver com isso. Em particular, ele adverte, os políticos devem entender que não existem resultados claros. "Os políticos devem parar de escutar os cientistas que prometem respostas simples", diz Weingart.

A manifesto for reproducible science

1,500 scientists lift the lid on reproducibility

Public Availability of Published Research Data in High-Impact Journals

Realismo Moral

O desenvolvimento humano pode ser medido em idade cronológica (medida pelo tempo) e idade biológica (medida pelo envelhecimento). A idade biológica, embora esteja constantemente sincronizada com a idade cronológica, pode variar um pouco, tendo em vista que algumas pessoas 'envelhecem' mais cedo do que outras: Calvice, Rugas, Artrites e Artroses. Quem nunca viu uma pessoa de 50 anos com aparência de 70 anos?

Neste aspecto, ainda temos uma terceira forma de observar o envelhecimento: A idade mental. A idade mental pode acompanhar a idade cronológica e biológica, mas nem sempre. Em alguns casos a idade mental pode estar atrasada ou adiantada em relação à crolonogia.

Sendo assim, da mesma forma como vemos pessoas aparentar fisicamente muito mais idade do que elas realmente tem, também é possível (porém mais complexo) avaliar a idade 'mental' das pessoas e notar que elas não acompanham a idade cronológica: Adultos se comportando como adolescentes ou adultos se comportando como idosos.

Jean Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço que desenvolveu a Teoria do Desenvolvimento Psicológico e o conceito de Realismo Moral.

O Realismo Moral se manifesta no período de 2 a 7 anos de idade, classificado como 2º Período: Pré-Operatório. Mas, embora ele se manifeste nas crianças de 2 a 7 anos, isso não impede a manifestação em adultos também.

Por exemplo: Um empregador diz que não pode deixar você sair mais cedo num certo dia, pois a regra tem que valer para todos e se ele te liberar, terá de liberar todos os outros colegas. Interessante, pois se ele te paga X, teria que pagar X pra todos os outros colegas também. Ou seja, para dividir os trabalhadores em faixas salariais há autonomia do gestor, mas para conceder folgas, a autonomia desaparece.

Outro exemplo sobre a questão da autonomia para decidir quais regras devem ser cumpridas ou desobedecidas está na situação do semáforo vermelho: Você está levando alguém que ama para o hospital. Esta pessoa está infartando no banco de trás do seu automóvel. É de madrugada e não há nenhum veículo trafegando nas ruas, o trânsito é praticamente deserto. No caminho para o hospital um semáforo fica vermelho. Você, que é adulto, e desenvolveu o Estágio de Consciência Autônoma, é capaz de avaliar o seguinte:
  • O semáforo existe para sincronizar o trânsito de automóveis;
  • O semáforo existe para sincronizar o trânsito e prevenir que acidentes ocorram;
  • Eu respeito o semáforo para organizar o trânsito e permanecer em segurança.

Porém, é de madrugada e portanto:
  • O semáforo existe para sincronizar o trânsito de automóveis, mas não há trânsito para sincronizar agora de madrugada;
  • O semáforo existe para prevenir que acidentes ocorram, mas não há outros veículos na pista para provocar acidentes;
  • Eu não preciso respeitar o semáforo neste momento pois:
    • Não existe trânsito para ser organizado;
    • Não há risco para minha segurança;
    • Eu tenho um bom motivo para avançar o semáforo vermelho (uma emergência médica).
O raciocínio acima é um exemplo de aplicação da Consciência Autônoma, ou seja, do adulto que tem autonomia para decidir: Ele compreende a função da regra e é capaz de decidir quando aplicar a regra.

O raciocínio de uma Consciência Heterônoma, no sentido oposto, não tem autonomia para decidir. Ele não compreende a funçaõ da regra e não é capaz de decidir quando deixar de aplicar a regra.

Na emergência médica acima, o motorista do automóvel (sem autonomia) prefere deixar o infartado morrer ao violar a regra de avançar o semáforo vermelho mesmo não havendo qualquer tipo de perigo de causar um acidente de trânsito.

O que é o estágio de Consciência Heterônoma?

O estágio heterônomo do desenvolvimento moral, proposto pelo psicólogo suíço Jean Piaget, é o segundo estágio de sua teoria do desenvolvimento moral. Esta fase ocorre durante os primeiros anos da infância, tipicamente entre os 2 e os 7 anos. Nessa fase, as crianças começam a entender as regras e regulamentos como fixos e absolutos, e acreditam que essas regras lhes são impostas por figuras de autoridade, como pais e professores. Eles veem essas regras como provenientes de uma fonte externa e acreditam que quebrá-las resultará em punição. Este estágio também é caracterizado por uma falta de flexibilidade e uma incapacidade de ver as coisas da perspectiva dos outros.

O estágio consciente heterônomo pode ser encontrado no comportamento dos adultos?

Na teoria do desenvolvimento moral de Jean Piaget, o estágio heterônomo é tipicamente associado à primeira infância e acredita-se que seja substituído pelo estágio autônomo na adolescência e na idade adulta. No entanto, alguns adultos podem apresentar comportamentos consistentes com o estágio heterônomo, como seguir cegamente regras e regulamentos sem questionar sua autoridade ou validade moral, ou mostrar falta de flexibilidade e incapacidade de ver as coisas da perspectiva dos outros. Além disso, alguns indivíduos ou grupos podem exibir comportamentos heterônomos em contextos específicos, como em uma cultura ou organização altamente conformista ou autoritária. 

É possível que adultos apresentem comportamentos condizentes com o estágio heterônomo do desenvolvimento moral, como proposto por Jean Piaget, em determinadas situações ou contextos. Por exemplo, em uma cultura ou organização altamente conformista ou autoritária, alguns adultos podem seguir cegamente regras e regulamentos sem questionar sua autoridade ou validade moral, ou mostrar falta de flexibilidade e incapacidade de ver as coisas da perspectiva dos outros. Além disso, alguns adultos podem continuar a ter crenças e atitudes heterônomas em certos aspectos de suas vidas, mesmo que tenham atingido um estágio mais autônomo de desenvolvimento moral em outras áreas.
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FLAVELL, H. J. Psicologia do Desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira, 2001.

(1) Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896 - Genebra16 de setembro de 1980) foi um biólogopsicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica e fundou a Epistemologia Genéticateoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano.

(2) A criança heterônoma julga segundo o realismo moral, isto é, as regras são seguidas ao pé da letra. Ela despreza as intenções dos atos e se apega a suas conseqüências, considerando como boa toda criança que segue fielmente às regras dos adultos.

(3) Piaget chama de realismo moral, a tendência da criança de considerar os deveres e os valores relacionados a eles como subsistentes em si. Ou seja, é algo imposto mas que a criança reconhece como sendo dela. Para explicar esse conceito, Piaget atribui três características: o dever é heterônomo, é ao pé da letra e acarreta uma concepção objetiva da responsabilidade.

(4) A heteronomia existe normalmente até por volta dos 6 anos de idade, e é uma fase em que as normas vêm do exterior, são impostas pelos mais velhos e aceitas pela criança. As normas sobre o que é bom ou mau são respeitadas atendendo às suas consequências (prêmio, elogio, repreensão ou castigo). Nesta fase existe um egocentrismo intelectual que não permite à criança abstrair-se do seu próprio ponto de vista e colocar-se no lugar do outro. A desculpa poderá existir, mais pelo receio da consequência do que pela sinceridade do reconhecimento do erro. Muitas vezes a criança pode aprender a manipular o adulto através do pedido de desculpas constante.

As crianças passam a considerar lei toda regra recebida dos adultos (pais e professores), respeitando–as pelo amor que têm em relação a eles e pelo medo da reação do adulto perante o descumprimento de uma das regras. Nesta fase as regras são obedecidas, mas não compreendidas pela sua função social. Portanto, as crianças são incapazes de julgar com coerência por não entenderem os critérios utilizados na formulação das normas.
A idéia de justiça é confundida com a idéia de lei e com a de autoridade. A justiça existe enquanto os deveres são cumpridos. Os deveres costumam vir sob uma forma pronta e acabada, e como imperativos a serem obedecidos. A justiça representa mais um ideal, uma meta, portanto algo a ser conquistado, um bem a ser realizado (TAILLE: 1992, P. 53).
Para julgar com justiça deve-se avaliar as partes e os acontecimentos, pesar as situações e refletir para depois decidir de forma sensata. Estes procedimentos não são possíveis na fase de heterônoma, a qual está presa à autoridade do mais velho, assim se a regra for infringida, o sujeito deve ser punido.  Para as crianças pequenas a justiça segue um certo mecanismo, todos que não respeitam as regras são naturalmente punidos, seguindo a idéia de justiça “imanente”.
A freqüência de crianças que afirmam a existência de uma justiça imanente diminui conforme a idade aumenta, dos mais novos (7 anos), para os mais velhos (11-12 anos).

(5) Na moralidade heterônima, os deveres são vistos como externos, impostos coercitivamente e não como obrigações elaboradas pela consciência. O Bem é visto como o cumprimento da ordem, o certo é a observância da regra que não pode ser transgredida nem relativizada por interpretações flexíveis. A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as consequências objetivas das ações e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por meio da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.

(6) Heteronomia Moral (Realismo Moral): Decorre dos 4/5 anos até aos 8/9 anos. Nesta fase, a criança sabe que as regras provêm de uma identidade superior (adultos, policias, deus, etc.) e sabe também que estas são absolutas, fixas e imutáveis. A criança julga uma ação (boa ou má) com base na sua consequência, não tendo em consideração a intenção do autor da ação, ou seja, a moralidade é determinada pelas consequências materiais. 

A criança tende a considerar que, sempre que alguém é punido, esse alguém deve ter feito algo de errado, assumindo uma conexão absoluta entre o castigo e o erro.

Para uma criança de seis anos, se um menino deixar cair um gelado num lago, ele é culpado por ter sido ‘desastrado’ e não deve ter outro gelado.

Piaget percebeu que uma criança pequena é incapaz de pensar em todas as circunstâncias atenuantes (não consegue pensar em todas as possibilidades), mas que um adolescente já consegue fazer julgamentos de uma forma justa e íntegra, sendo capaz de pensar em várias possibilidades e alternativas.

(7) Realismo Moral - Heteronomia - Há apenas o respeito à autoridade. Não há consciência, nem reflexão, apenas obediência. 

O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta.

Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.

Levar uma pessoa infartada ao hospital e ter que atravessar um semáforo vermelho numa madrugada sem trânsito é um crime sem justificativa. Matar em legítima defesa também.

A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as consequências objetivas das ações e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.