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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Eu briguei com Deus

Eu briguei com Deus.
Ele me libertou e me deixou partir.

Segui errante, pelos caminhos que achei mais seguros e, neste percurso, acho até que conquistei mais do que eu esperava, mas talvez eu não tenha conseguido nada do que eu realmente queria. Nem sei o que eu queria, na verdade.

Eu trabalho com máquinas. Eu as ensino a tomar decisões. Também as faço aprender. Mas, as máquinas apenas fazem aquilo que elas foram feitas pra fazer. Você não vai encontrar um computador acordando de manhã e dizendo: "Hoje não estou com 'vontade' de computar." Ele simplesmente acorda e faz o que está agendado para ser feito.

Nem sei o que eu queria, na verdade.

Eu trabalho como máquinas. Eu sei tomar decisões. Também sei aprender. Mas, eu apenas faço aquilo que faço. Eu até posso acordar de manhã e dizer: "Hoje não estou com 'vontade' de trabalhar." Mesmo assim, eu simplesmente levanto e faço o que estou 'agendado' para fazer.

Deus me libertou e me deixou partir.

Segui errante, pelos caminhos que achei mais seguros e, neste percurso, acho que me perdi.

Eu briguei com Deus. Ele me libertou pra eu descobrir que, sendo livre me tornei prisioneiro, não dele, mas das escolhas que fiz sem saber o que eu queria de verdade.

Ele me libertou pra eu ser prisioneiro de mim mesmo.

Briguei com Deus, mas é comigo que eu luto, todos os dias, diante das escolhas que eu tenho que fazer. Porque ele me libertou pra ser errante.

Eu vejo o mundo ao meu redor como as minhas máquinas, sem vontade. Só faço o que eu tenho que fazer. Não faço o que eu quero, não sei o que eu quero... Só faço o que eu preciso, simplesmente porque eu não sei o que eu quero. Nem mesmo sei se eu preciso.

Deus me libertou e me deixou partir, porque eu briguei com ele. Mas, eu saí de casa sem saber pra onde ir. Saí errante...

Me perdi e não sei o caminho de volta. Não sei mais voltar. Não quero mais voltar. E não sei mais pra onde ir; nunca soube. Não sei pra onde eu quero ir. Decidi ficar, mas não sei onde estou, nem por que eu cheguei aqui e não era onde eu queria estar.

Briguei comigo mesmo.
Eu não me libertei e não me deixei partir.

https://www.facebook.com/vliopard/posts/10201782578321444

terça-feira, 7 de junho de 2016

Sugata Mitra: Construa uma Escola na Nuvem

0:12 - Qual será o futuro do aprendizado?

0:17 - Eu tenho um plano, mas para que eu possa contar que plano é esse, preciso contar uma pequena história pra vocês, que vai preparar o terreno.

0:28 - Eu tentei analisar de onde... o tipo de aprendizado que temos nas escolas, de onde ele veio? E você pode olhar para o passado, mas se analisarmos a escolarização como ela é hoje, é bem fácil descobrir de onde ela veio. Veio cerca de 300 anos atrás, e veio do último e maior dos impérios deste planeta. ["O Império Britânico"] Imagine tentar comandar o show, tentar comandar o planeta inteiro, sem computadores, sem telefones, com informações escritas à mão em papel, e viajando em navios. Mas os Vitorianos realmente o fizeram. O que eles fizeram foi incrível. Eles criaram um computador global feito de pessoas. Ele ainda está conosco hoje. É a chamada máquina administrativa burocrática. Para que essa máquina siga funcionando, você precisa de muitas e muitas pessoas. Eles fizeram outra máquina para produzir essas pessoas: a escola. As escolas produziriam as pessoas que depois se tornariam parte da máquina administrativa burocrática. Elas devem ser idênticas umas às outras. E devem saber três coisas: devem ter uma boa caligrafia, pois a informação é escrita à mão; devem saber ler; e devem ser capazes de fazer multiplicação, divisão, adição e subtração de cabeça. Devem ser idênticas ao ponto de você poder selecionar uma da Nova Zelândia e enviá-la ao Canadá, onde ela seria imediatamente funcional. Os Vitorianos eram grandes engenheiros. Eles criaram um sistema tão robusto que ainda está conosco hoje, continuamente produzindo pessoas idênticas para uma máquina que não existe mais. O império se foi, então o que estamos fazendo com esse modelo que produz essas pessoas idênticas, e o que vamos em seguida, se algum dia fizermos algo diferente com isso?

2:55 - ["As escolas como as conhecemos estão obsoletas"]

2:56 - Eis um comentário bem forte. Eu disse que as escolas como as conhecemos estão obsoletas. Não estou dizendo que estão falidas. Está muito na moda dizer que o sistema educacional está falido. Não está falido. Ele é incrivelmente estruturado. Só que não precisamos mais dele. Está desatualizado. Quais são os tipos de trabalho que temos hoje? Bom, os escrivães são os computadores. Em cada escritório há centenas deles. E temos pessoas que operam esses computadores para realizar trabalhos burocráticos. Essas pessoas não precisam ter uma caligrafia maravilhosa. Elas não precisam saber multiplicar números de cabeça. Elas precisam ser capazes de ler. De fato, elas precisam saber ler com discernimento.

3:42 - Bom, isso é hoje, mas nem sabemos como serão os trabalhos do futuro. Sabemos que as pessoas vão trabalhar de onde quiserem, quando quiserem, da forma que quiserem. Como a educação dos dias atuais vai prepará-las para esse mundo?